Resumo

          Com o objetivo de otimizar a terapia com r-HuEPO, nos pacientes renais crônicos, em regime de hemodiálise, realizou-se um ensaio com 61 pacientes, 33 do sexo masculino e 28 do sexo feminino, com idades variando de 25 a 81 anos, procedentes de 9 clínicas de hemodiálise sediadas em Fortaleza.
          Os pacientes foram submetidos a um balango do ferro, através de um estudo comparativo, correlacionando o ferro medular com a ferritina sérica, o ferro sérico, o índice de saturação da transferrina e a capacidade total de ligação do ferro. Os pacientes foram, ainda, submetidos a uma série de dosagens de parâmetros séricos, que indicassem a presença de processos inflamatórios, com o objetivo de predizer a responsividade à r-HuEPO.
          De acordo com o ferro medular, os pacientes foram agrupados em ferro adequado, ferro inadequado a sobrecarga de ferro. Em seguida, foram randomizados para suplementação com ferro oral ou endovenoso.
          Os pacientes receberam r-HuEPO na dose de 150U/kg/semana, durante 6 meses, associado à suplementação do ferro, conforme o balanço de ferro de cada paciente.
          Os pacientes tiveram acompanhamento mensal, com hematócrito, hemoglobina, reticulócitos, ferritina sérica, ferro sérico a índice de saturação da transferrina. Ao obter-se o hematócrito e/ou hemoglobina alvo, 33% a 11g/dl, respectivamente, a r-HuEPO era reduzida a cada mês, de acordo com a manutenção da resposta do paciente. A suplementação do ferro era ajustada com base na ferritina e, na evolução clínica do paciente.
          Dos 61 pacientes participantes do protocolo, 57(93,4%) pacientes foram responsivos à r-HuEPO e, 4(6,6%) pacientes foram não responsivos. As doses de rHuEPO foram reduzidas, em média, em até aproximadamente 50%. Os 4 pacientes não responsivos, tiveram como causas de hiporresponsividade, doengas inflamatórias (2 pacientes), neoplasia (1 paciente) a intoxicação alumínica (1 paciente).
          Conclui-se, que mantendo-se um balanço adequado do ferro, através de uma suplementação adequada e segura, pode-se não só otimizar o número de resposta à r-HuEPO, como também, levar à uma redução da sua dose, na fase de manutenção, em média, de até aproximadamente 50%.